quarta-feira, 31 de agosto de 2022


Isaías e a Restauração de Israel

Terry B. Ball

Durante seu ministério de três dias entre os descendentes de Leí, o Salvador ressurrecto ensinou muitos princípios, práticas e verdades maravilhosos (vide 3 Néfi 11-26). Ao ensinar-lhes no segundo dia, ele explicou como nosso Pai Celestial cumpriria sua promessa de recolher, restaurar e redimir seu povo com o qual havia feito convênios. Ao ensinar, citou amplamente as profecias de Isaías, declarando: "Em verdade, em verdade vos digo que quando elas [as palavras de Isaías] forem cumpridas, cumprir-se-á então o convênio que o Pai fez com seu povo, ó casa de Israel. E então os remanescentes que estiverem dispersos pela face da Terra serão reunidos do leste e do oeste, do sul e do norte; e terão conhecimento do Senhor seu Deus que os redimiu" (3 Néfi 20:12-13).

Ao completar as citações do livro de Isaías, Cristo ainda mandou o povo “buscar diligentemente” os escritos desse profeta, assegurando-lhes que todas as coisas de que Isaías falou "já foram e serão segundo as palavras que ele disse" (3 Néfi 23:1, 3). Que aval maravilhoso a favor de Isaías! Conforme Robert J. Matthews disse: "É bom poder citar as palavras do Salvador; é melhor ainda ser citado pelo Salvador."

Assim Cristo ensinou aos descendentes de Leí que aqueles que estudarem e ponderarem cuidadosamente as palavras de Isaías entenderão bem melhor os planos de Deus de cumprir com seu convênio de restaurar seu povo. Através do estudo diligente, os da atualidade que estudarem Isaías, receberão as mesmas bênçãos, pois Isaías respondeu a muitas perguntas importantes referentes à restauração de Israel, inclusive as seguintes: Por que será necessária que haja uma restauração? Quando ocorrerá tal restauração? Quem participará da restauração? De que maneira acontecerá a restauração? E quais serão os resultados da restauração?

Por que será preciso que haja a restauração de Israel?

Ao completar seu ministério mortal entre os filhos de Israel, Moisés os relembrou do convênio de retidão vinculado à terra da promissão na qual estavam para entrar. Receberiam grandes bênçãos se eles "ouvissem a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos" (Deuteronômio 28:1; vide também vv. 1-14). Do contrário, o profeta advertiu que o povo seria grandemente amaldiçoado se não "ouvisse a voz" do Senhor e que por fim Deus os "espalharia desde uma extremidade da terra até à outra" se fossem iníquos (Deuteronômio 28:15, 64; vide também vv. 15-65).

A época de Isaías era uma de a iniquidade e apostasia excessivas e ele durante sua vida viu a advertência de Moisés se tornar realidade. Já de início, Isaías lamentou as transgressões de seus contemporâneos. Ele os descreveu como sendo mais ignorantes que os animais de carga pois o boi e o jumento pelo menos conheciam seu mestre e como podiam ser alimentados por ele, "mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende" (Isaías 1:3). Ele se admirou da indiferença que acompanhava a iniquidade do povo, pois embora eles estivessem doentes tanto de cabeça como de coração (cobertos de "feridas e inchaços e chagas podres"), mesmo assim não se importaram em curar suas feridas infeccionadas espirituais. "[As feridas não foram] espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo" (v. 6). Isaías condenou o povo em particular por ser orgulhoso, ganancioso e deshonesto; por rejeitar os profetas e confiar nos homens mais do que em Deus; por praticar idolatria e adultério; por não ter caridade e por oprimir-se um ao outro; por jejuar de forma errada e não observar o dia do sábado e por alegrar-se na violência—todas as transgressões que nos infestam nos últimos dias tambéml. Ele comparou o povo do convênio, que então se encontrava em estado de apostasia, a uma prostituta que flerta e se veste do modo da profissão dela (vide Isaías 3:16-26).

Isaías sabia que o Senhor cumpriria sua palavra e castigaria e espalharia o povo apóstata. Ele advertiu que sua terra seria assolada, queimada de fogo e devorada por estrangeiros (vide Isaías 1:8). Ele profetizou da deportação dos mais influentes daquela sociedade, os homens de renome, os juízes, os profetas, os artesões, os soldados, os conselheiros e os sábios. Ele descreveu a anarquia que sucederia quando as crianças se tornassem seus governantes e o povo se depredasse enquanto os pobres e ignorantes que ficavam buscassem desesperadamente uma liderança (vide Isaías 3:1-8). O exército conquistador que os "arrebataria" e os levaria embora invadiria rápida e poderosamente, conforme predisse Isaías, não permitindo que ninguém escapasse (vide Isaías 5:29).

Ao responder à indagação de Isaías quanto à duração de sua pregação a este povo rebelde, o Senhor declarou que Isaías iria pregar: "Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada, e o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo" (Isaías 6:11-12). O Senhor então assegurou a Isaías que um décimo do povo ficaria (vide v. 13). Mais tarde ele comparou o remanescente a "duas ou três azeitonas" que restam depois da colheita (Isaías 17:6) pois a maioria seria "arrojada violentemente" (Isaías 22:17). Muitas vezes Isaías se refere ao disperso povo do convênio com a metáfora "ilhas" (vide Isaías 24:15; 41:5; 42:4; 49:1; 51:5; 60:9).

Sem uma restauração, sem a coligação do povo do convênio e sem sua volta à terra de sua fé, Israel seria eternamente perdido e o convênio de Deus com eles falharia. Mas Deus não falhará. Através de Isaías, ele afirmou:

Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra.

Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito; como a mulher da mocidade, que fora desprezada, diz o teu Deus.

Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias te recolherei.

Com um pouco de ira escondi minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.

Porque isto será para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não passariam mais sobre a terra; assim jurei que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei.

Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão abalados; porém a minha benignidade não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não mudará, diz o Senhor que se compadece de ti. (Isaiah 54:5-10)

Quando ocorrerá a Restauração de Israel?

Mesmo que o povo fosse disperso e espalhado devido a sua inquidade e apostasia, Isaías sabia que por fim o Senhor o restauraria para que fosse recolhido e voltasse tanto à fé como a sua terra. Podemos adquirir uma ideia do horário desta restauração pela própria descrição de Isaías das condições do mundo na hora do início da coligação.

Naturalmente, para ser recolhido e restaurado, o povo primeiro teria que ser espalhado e perdido. Isaías indica que este, justamente, seria o caso, já que na restauração as pessoas seriam recolhidas pelo mundo afora. "Não temas: pois estou contigo," assegurou o Senhor por meio de Isaías. "trarei a tua descendência desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra." (Isaías 43:5-6; vide também Isaías 49:12). Muitos daqueles que serão coligados não serão reconhecidos como parte da família do convênio, nem saberão disso até que sejam restaurados à verdadeira fé.

Isaías fala do desespero que sentirão aqueles da família do convênio que pensarem que Deus os abandonou ao reconhecerem que muitos membros de sua família lhes são perdidos. Porém, quando virem que estes filhos espalhados e perdidos serão recolhidos e restaurados, dirão no coração: "Quem me gerou estes? Pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro, e me retirara; quem, pois, me criou estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam?" (Isaías 49:21).

Assim sabemos que a restauração ocorrerá num dia em que o povo terá sido espalhado e muitos não reconhecem que fazem parte da família do convênio. Nos dias de Isaías, Israel e Judá ainda mantinham sua identidade, mas Isaías sabia que em algum dia no futuro a identidade seria perdida para muitos da casa de Israel. A perda de identidade de Israel provavelmente se trata de um processo prolongado em vez de algo que acontece de uma vez só, mas o processo de perda de identidade irá completar-se bem antes da restauração.

Isaías também indica que Deus dará início a uma "obra maravilhosa em um assombro" (Isaías 29:14) de restauração justamente na época em que os homens estiverem espiritualmente adormecidos e sem orientação profética. Falando daquele dia, Isaías exclamou: "Tardai e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte. Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, vendou os profetas, e os vossos principais videntes" (Isaías 29:9-10). Assim, a resposta de Isaías quanto à época em que ocorreria a restauração foi que começaria quando Israel estivesse espalhado e muitos tivessem perdido sua identidade, sim, uma época quando muitos cambaleariam e teriam sono concernente as coisas espirituais por falta de orientação de um profeta. Estes fatos descrevem perfeitamente as condições prevalecentes na época em que o Senhor apareceu pela primeira vez ao Profeta Joseph Smith.

Quem participará da Restauração de Israel?

É evidente que o Israel espalhado será reunido e restaurado; Isaías inclui um papel importante para um grupo que ele chama “gentios.” Ele entendia que muitos do gentios dos últimos dias ou buscariam ou seriam atraídos para a luz do evangelho restaurado. O profeta exortou: "Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti; Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu" (Isaías 60:1-3; vide também 42:5-7; 55:5; 65:1).

Isaías deixou bem claro que aqueles gentios que aceitarem o evangelho e fizerem sua parte na restauração, terão acesso a todos os convênios e bênçãos, inclusive os do templo. Para aqueles “estrangeiros,” uma forma de se referir aos gentios, que estão dispostos a aceitar o evangelho, o Senhor promete dar "na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará" e "os alegrarei na minha casa de oração," pois, "os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos" (Isaías 56:3-7; vide também Isaías 2:2). O Livro de Mórmon explica que os gentios fieis por fim serão contados entre os membros da casa de Israel (vide 1 Néfi 14:1-3; 2 Néfi 10:18; 30:2; 3 Néfi 16:13; 21:1- 7, 22-25; 28:27, 32; 30:1-2). De fato, entre os gentios estão os filhos perdidos que, conforme a profecia de Isaías, chegarão a ser reconhecidos como sendo parte da família do convênio (vide Isaías 49:18-23). Ele são "os filhos da solidão" (Isaías 54:1) que, quando reunidos à família do convênio, serão tão numerosos que pedirão mais espaço, clamando: "Muito estreito é para mim este lugar; aprata-te de mim, para que possa habitar nele" (Isaías 49:20). Estas petições farão que o Senhor diga a seu povo: "Amplia o lugar de sua tenda, e estendam-se as cortinas de suas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e fixa bem as tuas estacas. Porque transbordrarás para a direita e para a esquerda" (Isaías 54:2-3).

Os Santos dos Últimos Dias podem identificar-se com os filhos fieis que farão parte da casa de Israel, embora sejam indentificados nas excrituras com gentios (D&C 109:60; vide também D&C 86:8-10; 103:16-18). Ainda que os Santos sejam considerados gentios na perspectiva de Isaías e do Livro de Mórmon e de sua definição de “judeu” e “gentio,” muitos são, de fato, parte do Israel espalhado que perdeu a identidade. O Élder Bruce R. McConkie explicou: "Joseph Smith, da tribo de Efraim, a tribo principal de Israel, foi justamente o “gentio” pelo qual o Livro de Mórmon foi produzido e os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que possuem o evangelho e que são descendentes de sangue de Israel são os “gentios” que levarão salvação aos lamanitas e aos judeus."

Como ocorrerá a Restauração de Israel?

A apostasia e a dispersão se tratam de processos, da mesma forma, também será um processo a restauração. Isaías profetizou que a parte espiritual da restauração, ou seja, a volta ou coligação à verdadeira fé, será o início do processo. Para um de seus filhos ele deu o nome de Sear-Jasube, significando "o remanescente voltará," para servir de modelo e de lembrete de sua profecia (Isaías 7:3; vide também 8:18). A palavra "jasube" (parte do nome da criança) trata-se do tempo do futuro do verbo hebraico šub, que quer dizer "voltar para trás," "retornar," "converter-se," "voltar ao estado original" ou "restaurar." Em certas traduções do Velho Testamento, esta palavra às vezes se traduz com a palavra "arrepender-se" (vide 1 Reis 8:47; Ezequiel 14:6). Embora o uso deste vocábulo, que faz parte do nome do filho de Isaías, possa referir-se a um retorno físico, Isaías deixou bem claro que seu motivo principal em conceder este nome a seu filho era para relembrar o povo de sua profecia do retorno espiritual. Ecoando o nome de seu filho, o profeta declarou: "Os restantes se converterão (voltarão) [shearjashub], ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó" (Isaías 10:21). Ao restaurarem-se os "juízes" e "conselheiros,” "Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela com justiça" (Isaías 1:26-27; vide também Isaías 51:11). Cada uma destas "azeitonas" "atentará para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel" (Isaías 17:6-7). "Estes alçarão a sua voz, e cantarão com alegria; e por causa da glória do Senhor exultarão desde o mar" (Isaías 24:14). Ao coligarem-se "um por um," escutarão "uma grande trombeta" que os chamará de volta à fé, e eles "adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém" (Isaías 27:12-13; vide também Isaías 2:1-5).

Os profetas do Livro de Mórmon compartilhavam a visão de Isaías quanto à restauração de Israel a partir de uma restauração da fé verdadeira. Jacó falou o seguinte a respeito da dispersão de Israel: "O Senhor terá misericórdia deles, para que quando tiverem conhecimento do seu Redentor, sejam novamente coligados nas terras de sua herança" (2 Néfi 6:11; vide também 2 Néfi 10:7-9; 25:16-17; 30:7-8).

Isaías entendia que a coligação de Israel disperso "um por um" incluiria um papel para os gentios justos, entre os quais o evangelho seria inicialmente restaurado. O profeta declarou:

E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar se seu repouso será glorioso.

E há de ser naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente de seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar.

E levantará um estandarte entre as nações [gentios], e ajuntará os desterrados de Israel, e os disperos de Judá congregará desde os quatro confins da terra. (Isaías 11:10-12)

Em Doutrina e Convênios, o Senhor nos ajuda a compreender que o "estandarte" (uma palavra que significa "flâmula" ou "bandeira") que se levantará que os gentios, ou nações, buscarão é o evangelho restaurado de Jesus Cristo. Em uma revelação a Joseph Smith, Ele declarou: "E assim também mandei ao mundo meu eterno convênio, para ser uma luz para o mundo, para ser modelo para meu povo e para que os gentios o procurem; e para ser um mensageiro diante de minha face e preparar o caminho diante de mim" (D&C 45:9). O próprio Senhor indentificou “a raiz de Jessé” mencionada em Isaías 11:10 como "um descendente de Jessé, bem como de José, a quem por direito pertencem o sacerdócio e as chaves do reino, posto por estandarte e para a coligação de meu povo nos últimos dias" (D&C 113:6). O Santo dos Últimos Dias entende, de modo geral, que esta profeica se refere ao próprio Joseph Smith.

Isaías sabia na época dele que a obra do Senhor de "reaver o remanescente de seu povo" começaria pela Restauração do evangelho de Jesus Cristo por meio do profeta dos últimos dias, Joseph Smith. Além disso, ele sabia que ao serem atraídos ao estandarte, ou à luz do evangelho restaurado, os gentios ajudariam a coligar o povo de Israel. O profeta prometeu que os gentios "trarão os teus filhos [os de Israel] nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros" (Isaías 49:22-23; vide também Isaías 66:19-20).

O profeta Néfi do Livro de Mórmon prestou um testemunho semelhante:

Nos últimos dias, quando nossos descendentes tiverem degenerado, caindo na incredulidade, sim, pelo espaço de muitos anos e por muitas gerações depois que o Messias se manifestar em pessoa aos filhos dos homens, então a plenitude do evangelho do Messias chegará aos gentios; e dos gentios, aos remanescentes de nossos descendentes—

E naquele dia virão os nossos descendentes a saber que são da casa de Israel e que são o povo do convênio do Senhor; e saberão, daí, quem eram seus antepassados e terão também conhecimento do Redentor e do evangelho que foi por ele ministrado a seus pais. Portanto virão a conhecer seu Redentor e os pontos essenciais de sua doutrina, para que saibam como chegar a ele e ser salvos. (1 Néfi 15:13-14)

De fato, Isaías entendia, bem como os profetas Néfi, Mórmon e Morôni, que o próprio Livro de Mórmon desempenharia um papel importante nos esforços dos gentios retos de restaurar o povo do convênio à verdadeira fé. Ele sabia que este "livro selado" seria revelado para "falra desde o pó" num dia de apostasia e confusão (Isaías 29:4, 9-16). Ele viu que o livro seria ouvido pelos surdos e visto pelos cegos, assim mudando os valores dos homens para que as florestas do Líbano (um símbolo de orgulho e apostasia) se tornassem um campo fértil e valioso (o símbolo de um povo produtivo de convênio (vide Isaías 29:17-19). Ele testificou que o livro exporia aqueles malvados que "procuram esconder profundamente" suas obras do Senhor, como também o livro ensinaria a doutrina verdadeira para aqueles que "erraram de espírito" (Isaías 29:4-24; vide também 2 Néfi 27; 3 Néfi 26:6-8; Mórmon 5:12-15; Éter 3:27-28).

Além da coligação espiritual e a restauração de Israel à fé verdadeira e aos convênios de seus pais, Isaías nos ensinou que os gentios também ajudarão, fisicamente, a restaurar os filhos de Israel a suas terra de promissão. "Os filhos dos estrangeiros" (ou seja, os gentios) edificarão os muros de Israel e serão seus pastores, lavradores e vinhateiros (Isaías 60:10; 61:5). Estas imagens sugerem que o trabalho do gentios fará com que este povo seja produtivo outra vez (vide Isaías 5:1-6).

Enquanto estes gentios obrarem espiritual e fisicamente para restaurar o povo do convênio, ser-lhes-ão como “aios e amas:” "Assim diz o Senhor Deus: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros. E os reis serão teus aios, e as rainhas as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra, e lamberão o pó de teus pés; e saberás que eu sou o Senhor, que os que confiam em mim não serão confundidos" (Isaías 49:22-23; vide também Isaías 60:16).

O profeta Néfi do Livro de Mórmon esclareceu o significado das imagens descritas por Isaías nesta passagem:

E depois de nossos descendentes haverem sido dispersos, o Senhor Deus fará uma obra maravilhosa entre os gentios, que será de grande valor para nossos descendentes; é como se fossem, portanto, alimentados pelos gentios e carregados em seus braços e sobres seus ombros.

E será também de valor para os gentios; e não somente para os gentios, mas para toda a casa de Israel, porque dará a conhecer os convênios do Pai dos céus com Abraão, quando disse: Em tua semente serão benditas todas as famílias da Terra.

E agora, meus irmãos, quero que saibais que todas as famílias da Terra não poderão ser abençoadas, a menos que ele desnude o braço aos olhos das nações.

O Senhor Deus, portanto, desnudará o braço aos olhos de todas as nações ao fazer chegar seus convênios e seu evangelho aos que são da casa de Israel.

Ele, portanto, tornará a tirá-los do cativeiro e serão reunidos na terra de sua herança; e serão tirados da obscuridade e das trevas e saberão que o Senhor é seu Salvador e seu Redentor, o Poderoso de Israel. (1 Néfi 22:8-12)

Juntos os "estrangeiros," ou gentios, e a casa de Israel servirão o Senhor nas terras de promissão. "Porque o Senhor se compadecerá de Jacó e, ainda assim, elegerá Israel e pô-los-á na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estranhos e apegar-se-ão à casa de Jacó. E o povo tomá-los-á e levá-los-á ao seu lugar; sim, desde os confins da Terra; e voltarão para suas terras de promissão. E a casa de Israel possuí-las-á e a terra do Senhor será para servos e servas; e cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores" (2 Néfi 24:1-2; vide também Isaías 14:1-2).

Sabermos que os gentios dos últimos dias desempenharão um papel tão significativo na restauração nos ajuda a entender a observação do Salvador quando ele ratificou os escritos de Isaías. "Porque ele [Isaías] certamente falou sobre todas as coisas relativas a meu povo, que é dá casa de Israel; portanto é preciso que ele fale também aos gentios" (3 Néfi 23:2).

Quais serão os resultados da Restauração de Israel?

A restauração física e espiritual do povo do convênio nos últimos dias não somente cumprirá a promessa e convênio que Deus fez com Abraão como também preparará a terra para a vinda do Messias no milênio. Isaías se utiliza de linguagem comovente em umas das passagens mais belas entre todas as escrituras para descrever a paz e felicidade que prevalecerão durante o reino milenário e de que os redimidos e restaurados desfrutarão. Sua mensagem nos oferece esperança e uma perspectiva mais ampla para aqueles que estiverem empenhados na obra da restauração durante a atual época de tanta inquietação e aflição. Eu fiz uma compilação dos ensinamentos de Isaías referente ao assunto da restauração de Israel que se segue em baixo em um parágrafo contínuo.

E virá o Redentor a Sião e aos que em Jacó se converterem da transgressão, diz o Senhor [Isaías 59:20]; E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos [2:4]; Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto [9:7]; E estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear [2:4]; Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, desolação nem destruição no teus termos; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas Louvor. Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seu resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória [60:18-19]; E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar [11:6, 9]; E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido [35:10]; Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaperam de Israel. E será que aquele que for deixado em Sião, e ficar em Jerusalém, será chamado santo; todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em Jerusalém [4:2-3]; Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que está longe [33:17]; Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra [25:8]; Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão [35:5]; Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço. [40:11]

O profeta Isaías promete que naqueles dias o Senhor nos dará "glória em vez de cinzas" e "o óleo do gozo em vez de tristeza" (Isaías 61:3). E naquele dia quando nós O virmos, confessaremos: "Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos" (Isaías 25:9). Nossa nostalgia de fazer parte dos que assim testificam deve nos incentivar a seguir a admoestação do Salvador de estudar diligentemente os escritos do grande profeta Isaías. Por meio disto saberemos com mais confiança o por quê, o quando, o quem, o como e o quê da restauração de Israel.



 https://rsc.byu.edu/isaias-e-restauracao-israel#:~:text=Isa%C3%ADas%20e%20a,restaura%C3%A7%C3%A3o%20de%20Israel.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Estais despidos de orgulho?

 Devocional



“Estais despidos de orgulho?

KIM B. CLARK

Presidente da Universidade Brigham Young–Idaho

29 de setembro de 2009


A mensagem é clara: seja na prosperidade ou na adversidade, se não formos diligentes e fiéis, mesmo os eleitos de Deus, mesmo aqueles grandemente abençoados pelo Senhor, podem ser vítimas da Grande Mentira e tornar-se insensíveis e egoístas. , de pescoço duro, e inchado em seu orgulho.

Sou grato por estar com vocês hoje. Oro para que o Espírito Santo esteja conosco e que vocês e eu possamos ser ensinados e edificados pelo Espírito.

Em um verão, há muitos, muitos anos atrás, minha mãe decidiu que seria um grande projeto para seus filhos reformar as cadeiras da sala de jantar. As cadeiras eram pintadas de uma cor cereja escura, e minha mãe descobriu que por baixo daquela tinta havia madeira boa e dura de bordo.

Jamais esquecerei essa experiência. Começamos aplicando um solvente desagradável chamado tolueno em todas as superfícies pintadas e depois raspamos a tinta. Uma vez que a tinta foi removida, tivemos que lixar a madeira com vários graus de lixa para remover os últimos pedaços de tinta e preparar a madeira para um novo acabamento. Quando finalmente o lixamento foi finalizado, aplicamos um acabamento para realçar o veio e realçar a cor natural da madeira. Na etapa final, selamos o novo acabamento da madeira dura com duas demãos de verniz. Essas cadeiras foram transformadas!

Penso nessa experiência toda vez que leio a pergunta penetrante de Alma aos membros da Igreja em Zaraenla:

Eis que estais despidos de orgulho? Digo-vos que, se não o estais, não estais preparados para comparecer perante Deus. Eis que deveis preparar-vos rapidamente, pois o reino dos céus está próximo; e o que não estiver preparado não terá vida eterna.1

As palavras “estais despidos de orgulho?” evocam em mim imagens e cheiros daquele verão. Penso em tolueno e raspagem e descascamento e lixamento para chegar à madeira nua. Quando penso no processo de acabamento com uma cor vibrante e o verniz protetor de vedação, penso na descrição do Salvador como “o autor e consumador de nossa fé” 2 e nas palavras do rei Benjamim a seu povo:

Portanto, quisera que fôsseis firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras, para que Cristo, o Senhor Deus Onipotente, possa selar-vos como Seus,3

Minha mensagem hoje é sobre ser despojado do orgulho. Quero falar com você sobre como superar o orgulho e se tornar humildes seguidores de Cristo.

Orgulho — O Pecado Universal, o Grande Vício

Há vinte anos, o Presidente Ezra Taft Benson fez um poderoso sermão sobre o orgulho. É uma palestra que todos nós devemos ler com atenção e com frequência. Falando na conferência geral, o Presidente Benson disse:

A característica central do orgulho é a inimizade — inimizade contra Deus e inimizade contra nossos semelhantes. Inimizade significa “ódio, hostilidade ou um estado de oposição”. É o poder pelo qual Satanás deseja reinar sobre nós. .

O orgulho afeta a todos nós em vários momentos e em vários graus. .

O orgulho é o pecado universal, o grande vício. 4

O orgulho em todas as suas manifestações desempenhou um papel central na luta entre o bem e o mal, uma luta que remonta à Guerra no Céu. A gravidade do pecado do orgulho está profundamente enraizada nas doutrinas da salvação.

Na pré-mortalidade, vivíamos com nosso Pai Celestial como filhos e filhas espirituais. No conselho pré-mortal, o Pai Celestial apresentou Seu grande plano de felicidade por meio do qual poderíamos obter a imortalidade e a vida eterna.

Nosso Pai sabia que todos nós pecaríamos e “ficaremos destituídos da glória de Deus”, 5 então Ele enviou Seu Filho Amado para expiar nossos pecados, redimir-nos e dar-nos o poder fortalecedor para nos tornarmos mais semelhantes a Ele e nosso Pai e, por fim, receber o maior dom de Deus — a vida eterna.

Aqui está a Grande Verdade no plano do Pai: Por meio da Expiação de Cristo, podemos receber paz, alegria, felicidade e vida eterna com nosso Pai Celestial. Existe um Redentor! Jesus Cristo, o Santo de Israel, é o único “nome debaixo do céu pelo qual o homem possa ser salvo no reino de Deus.”. 6

O plano do Pai não foi bem recebido por todos os Seus filhos. Lúcifer, um filho da manhã, rebelou-se contra o Pai, contra Seu Filho Amado e contra o plano. Ele apresentou sua própria proposta:

Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto, dá-me a tua honra.7

Há várias coisas a serem observadas sobre a proposta de Satanás:

1. Satanás substituiria Cristo; de fato, não havia necessidade de Cristo nem de um sacrifício expiatório.

2. Não haveria arbítrio. Todos seriam redimidos; ninguém estaria perdido.

3. Certamente aconteceria, e Satanás seria o único motivo.

4. Portanto, ele deve ter a honra e a glória de Deus.

Aqui, em total contraste com o plano do Pai e a Grande Verdade, estava a Grande Mentira de Satanás: Você pode obter alegria, felicidade e vida eterna sem Cristo, sem Deus e sem nenhum esforço especial de sua parte; e Satanás faria tudo isso acontecer sem nenhum sacrifício, dor ou sofrimento de sua parte - mas sim pela pura força de seu poder.

Foi e é a Grande Mentira do pai da mentira. Não teria funcionado. Era contrário à vontade do Pai e às leis eternas de justiça e misericórdia. E ali, bem no meio da Grande Mentira, bem no centro do esquema diabólico e rebelde de Satanás, estava o orgulho. Havia orgulho e todos os seus descendentes sórdidos — arrogância, egoísmo, ganância, ambição vã, domínio injusto — em escala cósmica.

O Pai rejeitou a proposta de Satanás. Então, movido por profundo orgulho e inimizade para com o Pai e o Filho, Satanás fez guerra no céu. Ele “acusou [nossos irmãos] diante do nosso Deus dia e noite” 8 e promoveu a Grande Mentira com tal engano e persuasão que um terço das hostes do céu o seguiram. Mas as forças da justiça “venceram [Satanás] pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho”. 9 E assim Satanás “foi lançado na terra, e seus anjos foram lançados com ele”. 10

Satanás continua sua guerra contra Deus e contra nós no mundo mortal, onde estamos sujeitos às fragilidades, fraquezas e tentações do homem natural. Como foi no reino pré-mortal, assim é na terra; o orgulho está no centro da guerra de Satanás contra Deus e Seus filhos. Tem sido assim desde os dias de Adão.

Mas o orgulho tornou-se especialmente crítico em nossos dias. Vivemos na dispensação da plenitude dos tempos em que o Senhor está abençoando Seus filhos com grande conhecimento, tecnologias notáveis, oportunidades ampliadas de aprendizado e riqueza sem precedentes. Com essas bênçãos, porém, vem esta advertência do Senhor:

E é necessário que as riquezas da Terra sejam minhas para dá-las; mas precavei-vos contra o orgulho, para que não vos torneis como os nefitas de outrora.11

Cuidado com o orgulho! Esta é a voz de advertência do Senhor para nós agora, em nossos dias. Obtivemos tanto controle sobre os recursos da terra, tanta compreensão da biologia da vida, tanta capacidade de viajar e comunicar instantaneamente que ficamos “inchados” em nosso aprendizado e nosso aparente controle e poder. O orgulho e seus filhos — materialismo, inveja, arrogância, ganância, sede de reconhecimento e desejo de controle e domínio — tornaram-se desenfreados em nossa cultura e sociedade. A Babilônia moderna está inundada de orgulho.

Os profetas do Livro de Mórmon viram nossos dias e falaram poderosamente sobre o orgulho moderno. Em sua profecia dos últimos dias, Néfi viu que muitos “encherão o coração de orgulho” 12 e “Têm a cerviz dura e a cabeça levantada;”. 13

Centenas de anos depois, Morôni escreveu estas palavras sobre nossos dias:

Eis que eu vos falo como se estivésseis presentes e, contudo, não estais. Mas eis que Jesus Cristo vos mostrou a mim e conheço as vossas obras.

 E sei que andais segundo o orgulho de vosso coração14

O Livro de Mórmon foi escrito para nós. Dá testemunho de Jesus Cristo e nos adverte dos perigos do orgulho, tanto na prosperidade quanto na adversidade. Na história de Lamã e Lemuel, vemos dois irmãos orgulhosos que murmuraram e se rebelaram e ficaram cheios de ressentimento e raiva diante da perda de seu lar e bens, suas aflições no deserto e suas expectativas fracassadas de liderança. Apesar das visitas de anjos e até mesmo da voz do Senhor e de muitas outras bênçãos e milagres, o orgulho se enraizou em suas almas, seus corações se endureceram e eles rejeitaram o Senhor e Seus profetas.

Também vemos esse mesmo padrão de orgulho, dureza de coração e rejeição da verdade em face da prosperidade. De fato, o Livro de Mórmon é o registro de um povo inteiro grandemente favorecido pelo Senhor que sucumbiu às tentações do orgulho, rejeitou o Senhor e foi destruído.

A mensagem é clara: seja na prosperidade ou na adversidade, se não formos diligentes e fiéis, mesmo os eleitos de Deus, mesmo aqueles grandemente abençoados pelo Senhor, podem ser vítimas da Grande Mentira e tornar-se insensíveis e egoístas, de pescoço duro, e inchado em seu orgulho.

Isso é algo que vemos com muita frequência. Você pode ter visto a interação de orgulho e adversidade entre as pessoas que conhece. Talvez por causa de algum revés ou uma expectativa frustrada ou algum outro problema, um membro fiel da Igreja sinta algum ressentimento, algum sentimento de ser uma vítima tratada injustamente. Esse ressentimento cresce, apodrece e se alimenta de orgulho até se transformar em raiva e até amargura. Com o passar dos anos, o membro deixa de ir à Igreja, deixa de guardar os mandamentos e encontra maneiras de racionalizar o comportamento pecaminoso.

Ou talvez você tenha visto a interação de orgulho e prosperidade. Acontece com pessoas maravilhosas que em seus anos de faculdade estão cheias de promessas. São pessoas de grande habilidade e espiritualidade. Eles se casam no templo, frequentam algumas das melhores escolas de pós-graduação do país e se formam com distinção. Eles são abençoados com filhos lindos e vidas familiares maravilhosas. Eles são ativos na Igreja e servem em cargos de responsabilidade.

Mas algo acontece com eles no caminho para uma vida de serviço, alegria e felicidade. O que acontece é orgulho. Em algum lugar ao longo do caminho, as honras dos homens, riqueza, poder e reconhecimento tornam-se mais importantes do que seu amor ao Senhor, o amor de seus cônjuges e filhos e seu serviço no reino. Eles se divorciam, deixam a Igreja e suas famílias e tornam-se totalmente mundanos em suas atitudes e seu comportamento.

Os efeitos do orgulho, seja na adversidade ou na prosperidade, são mortais. Como Alma profetizou:

E aos que endurecerem o coração será dada a menor parte da palavra, até que nada saibam a respeito de seus mistérios; e serão então escravizados pelo diabo e levados por sua vontade à destruição. Ora, é isto o que significam as correntes do inferno. 15

Esta calamidade vem pouco a pouco ao longo do tempo. O orgulho e seus efeitos são como uma fina camada de escuridão que começa a se depositar na alma camada por camada, ano após ano, até que a luz do evangelho escureça. Tais pessoas tornam-se endurecidas em seus corações, egoístas em seu comportamento e inchadas no orgulho de seus olhos.

Sempre há, é claro, esperança. As almas orgulhosas e egoístas podem voltar. Mas depois de anos de escuridão e tantas camadas de orgulho, será preciso muito solvente espiritual e muita raspagem e lixamento espiritual para chegar a uma alma nua e um coração quebrantado. E pense no tempo que eles desperdiçaram, nas oportunidades de crescimento e transformação que perderam, nas vidas que poderiam ter salvado e na alegria que poderiam ter recebido se tivessem visto o que estava acontecendo desde o início e agido para mudar. Se tivessem reconhecido aquelas primeiras finas películas de orgulho, poderiam ter se arrependido e buscado o poder redentor do Senhor naquele momento. Se eles tivessem visto e agido, eles poderiam ter se humilhado e sido despojados do orgulho.

Bem nos advertiu o Senhor: Cuidado com o orgulho. Cuidado; Esteja em alerta; estar em guarda contra os perigos do orgulho. Posso sugerir algumas coisas a serem observadas, algumas coisas das quais todos devemos tomar cuidado? Eu penso nesta lista como bandeiras vermelhas de orgulho. Essas bandeiras vermelhas são como as bandeirinhas que os paisagistas colocam no gramado quando aplicam produtos químicos perigosos. Filmes finos de orgulho vêm com bandeiras de aviso como as seguintes:

1. Você critica os discursos na reunião sacramental?

2. Você critica os outros? Você despreza os outros? Você os despreza ou ridiculariza?

3. Quando a adversidade ocorre, você ouve uma voz interior que diz: “Por que eu?”

4. Você reage ao conselho profético ignorando-o, ficando chateado com ele ou interpretando-o de acordo com seus próprios desejos?

5. Quando você faz algo de bom, você ouve uma voz interior se parabenizando?

6. Você sente satisfação própria e um senso de importância em seu conhecimento e habilidade?

7. Se alguém que você conhece recebe algo bom, você ouve uma voz interior dizendo: “E eu?”

8. Você encontra maneiras de deixar os outros saberem do seu sucesso sem parecer se gabar?

9. Se alguém corrigir um erro que você cometeu, você se sente na defensiva e ressentido?

10. Quando alguém faz algo que cria inconveniência para você, você se sente aborrecido?

Eu poderia continuar. Há muitas, muitas bandeiras vermelhas de orgulho.

Irmãos e irmãs, não obtive esta lista de um livro. Tenho experiência em primeira mão com as perguntas que lhe fiz e sei que, se vocês e eu alguma vez sentirmos alguma delas ou ouvirmos qualquer uma delas em nossas mentes, precisamos reconhecê-las pelo que são - os ecos da Grande Mentira. , o início de um chamado à inimizade com nosso Pai Celestial e o Senhor Jesus Cristo.

Nesse momento de reconhecimento, estamos numa encruzilhada entre dois caminhos. Podemos seguir o caminho da Grande Mentira e agir de acordo com esses sentimentos de orgulho, ou podemos seguir o caminho da Grande Verdade e escolher Cristo. É uma escolha. Vamos guardar nossos convênios ou vamos quebrá-los? Rejeitar a Grande Mentira e escolher Cristo requer um ato de vontade. Temos que dizer conscientemente a nós mesmos: “Não estou indo pelo caminho da Grande Mentira. Com fé em Cristo e com Sua ajuda, vou trilhar o caminho da Grande Verdade”.

O plano do Pai Celestial para nos ajudar a fazer essa escolha foi lindamente resumido por Alma em suas palavras ao povo de Amonia:

Mas que vos humilheis perante o Senhor, e invoqueis o seu santo nome, e vigieis e oreis continuamente, para não serdes tentados além do que podeis suportar; e serdes assim conduzidos pelo Santo Espírito, tornando-vos humildes, mansos, submissos, pacientes, cheios de amor e longanimidade16

Devemos primeiro nos pegar no momento em que pensamentos ou sentimentos orgulhosos vêm e então agir com fé para escolher a Cristo, buscando a ajuda de Deus em oração. Foi isso que Alma quis dizer quando nos admoestou a “[nos] humilharmos diante do Senhor . e vigiar e orar continuamente”.

Mas isso não é o fim. Devemos não apenas cair em pensamentos e sentimentos orgulhosos, não apenas escolher Cristo naquele momento, mas, por meio da Expiação de Cristo e do poder do Espírito Santo, arrepender-nos de nossos pecados, receber o perdão e ser guiados pelo Espírito Santo para nos tornarmos “humilde, manso, submisso, paciente, cheio de amor e todo longânimo.”

Quando escolhemos a Cristo, agindo com fé para nos humilharmos diante Dele, nos colocamos nas mãos do Mestre Consumador. Ao fazermos a Sua vontade, Ele nos ajudará a ser despidos do orgulho e a nos tornarmos mansos e humildes de coração, cheios de Seu amor puro e perfeito.

O processo de acabamento do Senhor nem sempre é agradável. Ele castigará e corrigirá e nos dará experiências que nos polirão. Se formos firmes e inabaláveis ​​em fazer o que Ele quer que façamos, não seremos desviados do verdadeiro caminho pela adversidade ou prosperidade. Nos tornaremos os humildes seguidores de Cristo, e chegará o dia em que Ele nos selará como Seus.

Ser despojado do orgulho e tornar-se manso e humilde de coração não é fácil. Não podemos fazer isso sozinhos. Mas existem padrões de vida que podemos estabelecer que nos ajudarão a ter cuidado com o orgulho, lembrar de Cristo, humilhar-nos diante Dele e nos colocar em Suas mãos. Deixo-vos hoje com quatro padrões:

Padrão número 1: nunca faça nada para afastar o espírito

O Espírito Santo é essencial para o processo de acabamento do Senhor. Mas o Espírito é muito sensível a qualquer grau de injustiça. Não faça nada ou vista nada ou diga nada ou leia nada ou ouça nada ou assista nada ou vá a qualquer lugar que possa afastar o Espírito.

Padrão número 2: não deixe o mundo entrar em seu coração

Nunca coloque seu coração em coisas — em dinheiro, casas, carros, roupas ou qualquer outra coisa. Não deixe que uma carreira, poder ou as honras dos homens entrem em seu coração. Eles podem chegar lá com muita facilidade se você não for cuidadoso. Coloque seu coração no Senhor e em Seu reino, em sua família e no templo e nas coisas da eternidade. Sempre viva modestamente dentro de suas posses, e sempre pague seu dízimo e faça uma generosa oferta de jejum.

Padrão Número 3: Sirva ao Senhor

Aceite e sempre magnifique os chamados na Igreja e seja voluntário para servir no reino. Quando os sussurros do Espírito vierem enviando você a uma missão do Senhor para resgatar uma alma perdida ou consolar alguém em necessidade, aja de acordo com esses sussurros o mais rápido possível.

Padrão Número 4: Permaneça em Lugares Santos

Faça de seu lar um lugar sagrado e santo onde o Espírito possa habitar. Esteja na capela para tomar o sacramento todos os domingos e renove em espírito de oração seu convênio de “sempre lembrar-se dele e guardar seus mandamentos”. 17 Se você mora perto de um templo, vá com frequência à casa do Senhor. Reviva essas ordenanças e convênios sagrados. Reflita sobre sua gratidão pelo plano de salvação e pela Grande Verdade da Expiação, sobre seu poder em sua vida e sobre sua necessidade das bênçãos e força que estão no Senhor Jesus Cristo.

Irmãos e irmãs, sei que, se estabelecermos esses padrões em nossa vida, tomaremos cuidado com o orgulho, seremos fiéis a nossos convênios e estaremos nas mãos do Mestre. Vocês e eu temos muito trabalho a fazer. O Senhor está se movendo com poder na terra preparando a nós e o reino para o Seu retorno. Diante de todos os desafios e oportunidades que temos pela frente, você e eu precisamos ser como Amon, filho de Mosias, um grande e poderoso missionário que disse:

Sim, sei que nada sou; quanto a minha força, sou débil; portanto, não me vangloriarei de mim mesmo, mas gloriar-me-ei em meu Deus, porque com sua força posso fazer todas as coisas;18

Esta combinação de humildade e coragem é o que precisamos, e é precisamente o que vem para aqueles que rejeitam a Grande Mentira e se humilham diante do Senhor. Ouça a maneira como o Presidente Henry B. Eyring descreveu o processo que ocorre quando nos lembramos da Grande Verdade do Salvador e nos colocamos em Suas mãos:

Essas lembranças, se quisermos convidá-las, podem produzir uma poderosa mistura de coragem e mansidão. Nenhum problema é muito difícil para nós com a ajuda dele. Nenhum preço é grande demais para pagar pelo que ele nos oferece. E ainda em nossos maiores sucessos nos sentimos como crianças. E em nossos maiores sacrifícios ainda nos sentimos em dívida com ele, querendo dar mais. Essa é uma humildade que é energizante, não enervante. Podemos escolher esse escudo como proteção contra o orgulho. 19

Irmãos e irmãs, nossa proteção, nossa esperança, nossa salvação está em Jesus Cristo. Presto testemunho Dele, o Santo de Israel, a Luz e a Vida do Mundo. Ele é o Filho Vivo do Deus Vivo. Esta é a Sua igreja e reino. Eu sei que se nos humilharmos diante dEle e nos colocarmos em Suas mãos, seremos despidos de orgulho e Ele nos polirá, nos refinará e nos selará como Seus. Eu sei que isso é verdade.

Invoco as bênçãos de nosso amoroso Pai Celestial e Seu Filho Amado sobre vocês neste dia, para que se tornem os humildes seguidores de Cristo e que a paz, a alegria, a felicidade e o poder do céu fluam em sua vida e na vida de suas famílias e entes queridos agora e para sempre. No sagrado nome de Jesus Cristo, amém.

Notas

1. Alma 5:28 .

2. Hebreus 12:2 ; ver também Morôni 6:4 .

3. Mosias 5:15 .

4. Ezra Taft Benson, “ Cuidado com o Orgulho ”, A Liahona, maio de 1989, pp. 4, 6.

5. Romanos 3:23 .

6. 2 Néfi 31:21 .

7. Moisés 4:1 .

8. Apocalipse 12:10 .

9. Apocalipse 12:11 .

10. Apocalipse 12:9 .

11. D&C 38:39 .

12. 2 Néfi 28:9 .

13. 2 Néfi 28:14 .

14. Mórmon 8:35–36 .

15. Alma 12:11 .

16. Alma 13:28 .

17. D&C 20:77 .

18. Alma 26:12 .

19. Henry B. Eyring, “ A Child of God ”, discurso devocional da BYU, 21 de outubro de 1997.

https://speeches.byu.edu/talks/kim-b-clark/ye-stripped-pride/

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