quinta-feira, 17 de novembro de 2011

LIMPAR O VASO INTERIOR


PRESIDENTE EZRA TAFT BENSON PRESIDENTE DA IGREJA
(Conference Report, abril de 1986, p. 3; ou Ensign, maio de 1986, pp. 4-6.)


Meus amados irmãos e irmãs, ao darmos início a mais outra conferência geral da Igreja, conto com sua fé e orações para que minhas palavras possam abençoá-los e edificar-lhes a alma. Reconheço que dependo do Senhor, e também sei que Jesus Cristo está à testa desta Igreja e que, por meio Dele, podemos fazer tudo o que for necessário.

DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E SERVIÇO
Cumprimento todos vocês que estão aqui nesta manhã, bem como aqueles que acompanham a transmissão desta reunião e os que tiverem a oportunidade de ouvir ou ler as mensagens desta conferência mais tarde.
Nosso coração transborda de imensa gratidão por todos vocês que contribuem para a edificação do reino de Deus na Terra. O Senhor sem dúvida Se agrada do tempo e amor consagrados e do generoso apoio de tantos de Seus santos no mundo inteiro.
Sua dedicação, devoção e serviço são um sinal de que a fé está realmente aumentando na Terra. Raramente os esforços de tão poucos resultaram em bênçãos para tantos!

GUARDA, QUE HOUVE DE NOITE?
Ao buscar a orientação do Senhor, confirmou-se em meu pensamento e coração o mandamento do Senhor de “não [pregar] coisa alguma a esta geração, a não ser arrependimento” (D&C 6:9; 11:9) Esse tem sido o tema de todo profeta moderno, juntamente com seu testemunho de que Jesus é o Cristo e que Joseph Smith é um profeta de Deus.
O arrependimento foi a grande mensagem de nosso último e grande profeta, Spencer W. Kimball. Esse tema permeava seus discursos e escritos, como seu maravilhoso livro O Milagre do Perdão. E deve continuar sendo nossa mensagem de hoje, tanto para os membros como para os não-membros: arrependam-se.
Guarda, que houve de noite? Precisamos responder dizendo que nem tudo vai bem em Sião. Conforme recomendava o capitão Morôni, precisamos limpar o vaso interior (ver Alma 60:23), começando por nós mesmos, depois nossa família, e finalmente a Igreja.

UM POVO MUDADO!
Um profeta de Deus declarou: “Tirareis os maus, à medida que os bons forem crescendo (...) até que os bons sobrepujem os maus” (Jacó 5:66). É preciso um povo de Sião para produzir uma sociedade de Sião, e precisamos preparar-nos para isso.
Nos últimos anos, foram tomadas várias providências na Igreja para ajudar-nos. Publicaram-se novas edições
das escrituras. Estamos tirando proveito delas? Mais templos foram construídos mais perto das pessoas.
Estamos freqüentando mais amiúde a casa do Senhor?
Estabelecemos o sistema de reuniões combinadas.

EDUCAÇÃO DOS JOVENS LIMPAR O VASO INTERIOR
Estamos aproveitando o tempo livre resultante com
nossa família? Providenciamos um novo manual para a noite familiar. Ele está sendo usado? Acabamos de publicar um novo hinário. Estamos entoando mais cantos do coração? (ver D&C 25:12). E a lista vai por aí afora. Temos recebido muita ajuda. Não precisamos mudar programas, precisamos de pessoas mudadas! 
Recordamos as muitas maravilhosas palavras de conselho de nosso querido Presidente Kimball, entre as quais estava o incentivo de “alargar nosso passo”. Precisamos dessa orientação, porque o Livro de Mórmon nos adverte das táticas do adversário nos últimos dias: “E a outros pacificará e acalentará com segurança carnal, de modo que dirão: Tudo vai bem em Sião; sim, Sião prospera. Tudo vai bem — e assim o diabo engana suas almas e os conduz cuidadosamente ao inferno” (2 Néfi 28:21).
Há muitas passagens de alerta no Livro de Mórmon, como esta: “Oh! Quisera que acordásseis; que acordásseis de um profundo sono, sim, do sono do inferno. (...) Despertai, (...)
[e] cingi a armadura da retidão. Sacudi as correntes com que estais amarrados e saí da obscuridade e levantai-vos do pó” (2 Néfi 1:13, 23). Parece que, como povo, conseguimos sobreviver melhor e mais facilmente à perseguição do que suportar a paz e prosperidade.

IMORALIDADE SEXUAL
O maldito pecado desta geração é a imoralidade sexual.
Essa, dizia o Profeta Joseph Smith, seria a pior de todas as fontes de tentações, provação e dificuldades para os élderes de Israel (ver Journal of Discourses, vol. 8, p. 55).
O Presidente Joseph F. Smith disse que a impureza sexual seria um dos três perigos internos da Igreja, e isso realmente é verdade (ver Gospel Doctrine, pp. 312–313). Ela infesta a nossa sociedade.
Na classificação dos pecados, o Livro de Mórmon coloca a falta de castidade logo abaixo do assassinato (ver Alma 39:5). Alma declarou: “Agora (...) eu quisera que te arrependesses e abandonasses teus pecados e que não mais sucumbisses à concupiscência dos teus olhos; (...) pois, a não ser que assim procedas, de nenhum modo herdarás o reino de Deus” (Alma 39:9). Se quisermos limpar o vaso interior, precisamos abandonar a imoralidade e ser puros.

LER MAIS O LIVRO DE MÓRMON
O Senhor declarou na seção 84 de Doutrina e Convênios que, a menos que leiamos o Livro de Mórmon e acatemos seus ensinamentos, a Igreja inteira estará sob condenação: “E essa condenação encontra-se sobre os filhos de Sião, sim, sobre todos” (D&C 84:56). O Senhor prossegue, dizendo: “E eles permanecerão sob essa condenação até que se arrependam e se lembrem do novo convênio, sim, o Livro de Mórmon e os mandamentos anteriores que lhes dei, não somente por palavras, mas agindo de acordo com o que escrevi” (D&C 84:57).
Não somente precisamos falar mais do Livro de Mórmon, como precisamos aproveitá-lo melhor. Por quê? O Senhor responde: “Para que produzam frutos dignos do reino de seu Pai; caso contrário, há um flagelo e julgamento a derramar-se sobre os filhos de Sião” (D&C 84:58). Nós temos sentido esse flagelo e julgamento!
O Profeta Joseph Smith disse que “o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro” (Livro de Mórmon, Introdução). O Livro de Mórmon não tem sido e ainda não é o ponto central de nosso estudo pessoal, nosso ensino no lar, nossa pregação e trabalho missionário. Disso precisamos arrepender-nos.

DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE ROMNEY SOBRE A LEITURA DO LIVRO DE MÓRMON
Não conheço um só homem vivo atualmente que seja mais fiel ao Livro de Mórmon do que o Presidente Marion G. Romney. Num discurso de conferência geral, ele declarou que o Livro de Mórmon “é a nossa publicação missionária mais eficaz”. Citou Doutrina e Convênios, que declara que “o Livro de Mórmon e as santas escrituras são dadas por mim para vossa instrução” (D&C 33:16) e que “os élderes, sacerdotes e mestres desta igreja ensinarão os princípios de meu evangelho que estão na Bíblia e no Livro de Mórmon” (D&C 42:12). O Presidente Romney acrescentou: “É naturalmente óbvio que, a menos que leiamos, estudemos e aprendamos os princípios encontrados no Livro de Mórmon, nós, élderes, sacerdotes e mestres desta igreja não podemos cumprir esse encargo de ensiná-los.
Mas existe outra razão para o lermos”, prosseguiu o Presidente Romney. “Fazendo isso, encheremos e refrescaremos nossa mente com um fluxo constante da ‘água’ que, segundo disse Jesus, será em nós ‘uma fonte de água que salte para a vida eterna’ (João 4:14). Se quisermos resistir ao mal e conservar a bênção de termos nascido de novo, precisamos de um suprimento contínuo dessa água. (...)
Para evitar a adoção dos males do mundo, precisamos seguir o rumo que diariamente nutra nossa mente e a leve de volta às coisas do Espírito. Não conheço modo melhor para isso do que ler o Livro de Mórmon. (...)”
E então ele concluiu, dizendo: “E assim, eu os aconselho, meus amados irmãos, irmãs e amigos de toda parte, a adquirirem o hábito de ler o Livro de Mórmon diariamente, por alguns minutos, por toda a sua vida. . . .

Estou certo de que se os pais lerem em casa o Livro de Mórmon regularmente, em espírito de oração, tanto para si mesmos como com os filhos, o espírito desse grande livro acabará permeando nossos lares, bem como todos os que neles habitam. O espírito de reverência se intensificará; a consideração e o respeito mútuos aumentarão. O espírito de contenda se afastará. Os pais aconselharão os filhos com mais amor e sabedoria. Os filhos se mostrarão mais receptivos e obedientes aos conselhos dos pais. A retidão aumentará. Fé, esperança e caridade — o puro amor de Cristo — abundarão em nosso lar e nossa vida, proporcionando paz, alegria e felicidade” (Conference Report, abril de 1960, pp. 110–113).

ORGULHO
Gostaria de abordar agora um assunto muito sério que merece ser discutido com mais profundidade do que o tempo permite: o orgulho.
Nas escrituras, não existe menção a orgulho justo. Ele é sempre considerado pecaminoso. Não estamos falando do sadio sentimento de valor próprio, que se desenvolve melhor quando nos achegamos a Deus. Referimo-nos ao orgulho, que alguém chamou de o pecado universal.
Mórmon escreveu que “o orgulho desta nação, ou seja, do povo nefita, mostrou ser a sua destruição” (Morôni 8:27).
O Senhor disse em Doutrina e Convênios: “Precavei-vos contra o orgulho, para que não vos torneis como os nefitas de outrora” (D&C 38:39).

“HUMILHAI-VOS DIANTE DE DEUS”
Basicamente, o orgulho é um estilo de vida mais voltado à “minha vontade” do que à “Tua vontade”. O oposto do orgulho é humildade, mansidão, submissão (ver Alma 13:28), ou seja, a capacidade de sermos ensinados.
Nos primórdios da igreja restaurada, o Senhor admoestou dois de seus membros eminentes por causa do orgulho.
Para Oliver Cowdery, Ele disse: “Acautela-te (...) contra o orgulho, para que não caias em tentação” (D&C 23:1).
Para Emma Smith, Ele disse: “Continua em espírito de mansidão, acautelando-se contra o orgulho” (D&C 25:14).
“Que não haja orgulho em teu coração”, adverte-nos o Senhor (D&C 42:40). “[Humilhai-vos] diante de Deus”, diz o Livro de Mórmon (Mosias 4:10).
Quando a Terra for purificada pelo fogo nos últimos dias, os orgulhosos serão como restolho (ver 3 Néfi 25:1; D&C 29:9; 64:24).
O grande e espaçoso edifício que Leí viu era o orgulho do mundo, no qual estavam reunidas as multidões da Terra (ver 1 Néfi 11:35–36). Aqueles que seguiam o caminho reto e estreito, apegando-se à palavra de Deus e participando de Seu amor, eram escarnecidos e ridicularizados pelos que estavam nesse edifício (ver 1 Néfi 8:20, 27, 33; 11:25).
“Os humildes seguidores de Cristo” são poucos (2 Néfi 28:14).

NÃO SE FAÇA A MINHA VONTADE, MAS A TUA
O orgulho não atenta para Deus e não se importa com o que é certo. Olha de lado para os homens e discute quem está certo. O orgulho se manifesta no espírito de contenda. 
Não foi por orgulho que o diabo se tornou diabo? Cristo queria servir. O diabo queria dominar. Cristo queria levar os homens para onde Ele estava. O diabo queria estar acima dos homens.
Cristo eliminou o ego com a força de Sua vida perfeita. Dizia: Faça-se a Tua vontade, não a Minha.
O orgulho caracteriza-se por “O que quero da vida?” em vez de “O que Deus quer que eu faça da minha vida?” É a vontade pessoal que se opõe à vontade de Deus. É o temor do homem acima do temor de Deus.
A humildade atende à vontade de Deus, ao temor de Seu juízo e às necessidades de nossos semelhantes. O aplauso do mundo agrada o ouvido do orgulhoso; para o humilde, o aplauso dos céus aquece o coração. 
Disse alguém: “O orgulho não se compraz em ter alguma coisa, apenas em ter dela mais do que o próximo”. O Senhor disse a respeito de um certo irmão: “Eu, o Senhor, não estou satisfeito com ele, pois procura sobressair-se e não é suficientemente humilde perante mim” (D&C 58:41).

“OS INSTRUÍDOS E OS RICOS”
Os dois grupos do Livro de Mórmon que aparentemente têm mais problemas com o orgulho são “os instruídos e os ricos” (2 Néfi 28:15). Mas a palavra de Deus consegue abater o orgulho (ver Alma 4:19).
O orgulho é acompanhado de muitas maldições. A humildade traz numerosas bênçãos. Por exemplo: “Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações” (D&C 112:10). Os humildes serão “fortalecidos e abençoados do alto e [receberão] conhecimento” (D&C 1:28). O Senhor é “misericordioso para com aqueles que confessam seus pecados com o coração humilde” (D&C 61:2). A humildade consegue afastar a ira de Deus (ver Helamã 11:11).

É PRECISO LIMPAR O VASO INTERIOR
Meus amados irmãos e irmãs, ao limparmos o vaso interior, haverá mudanças em nossa própria vida, na de nossos familiares e na Igreja. Os orgulhosos não mudam para mellhor, mas defendem sua posição, racionalizando-a. Arrependimento significa mudança, e para mudar é preciso que a pessoa seja humilde. Mas nós podemos mudar.
Fizemos progressos maravilhosos no passado. Alargaremos nossos passos no futuro. Para isso, precisamos primeiro limpar o vaso interior, despertando e erguendo-nos, sendo moralmente puros, usando o Livro de Mórmon de maneira que o Senhor retire a condenação, e, por fim, vencendo o orgulho, humilhando-nos.
Podemos fazê-lo. Sei que podemos. Que o façamos é minha oração por todos nós. Deus os abençoe por todo o bem que têm feito e irão fazer. Deixo minhas bênçãos com todos vocês e o faço em nome do Senhor Jesus
Cristo. Amém.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

COMO ENCONTRAR RESPOSTAS PARA PERGUNTAS SOBRE O EVANGELHO


ÉLDER BRUCE R. MCCONKIE, DO QUÓRUM DOS DOZE APÓSTOLOS
Carta aberta, aproximadamente 1980, Arquivos do Departamento Histórico, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Para: Aqueles que Buscam Sinceramente a Verdade
Queridos irmãos e irmãs,
Recebo uma infinidade de cartas com perguntas sobre doutrinas, práticas e a história da Igreja. Milhares de perguntas me são feitas a cada ano.
Recentemente recebi uma única carta contendo 210 perguntas importantes mais numerosas perguntas de menor importância. Para responder as perguntas dessa única carta, precisaria de centenas de páginas. Freqüentemente tenho uma pilha de cartas não respondidas com cerca de vinte centímetros de altura. Há ocasiões em que semanas se passam sem que eu tenha oportunidade sequer de ler as cartas, muito menos de tentar respondê-las.
As pessoas sensatas se darão conta de que mesmo que eu dedicasse todas as horas do dia pesquisando e trabalhando para responder as perguntas que recebo, ainda assim não seria capaz de responder todas elas. No entanto — e isso é muito mais importante — se eu fosse capaz de realizar esse trabalho, ainda assim não seria a coisa certa a ser feita, tampouco seria o melhor para os que me apresentam seus problemas. Gostaria de fazer as seguintes sugestões gerais para aqueles que buscam respostas para perguntas sobre o evangelho:
1. BUSQUEM LUZ E VERDADE.
Todos os homens de toda parte, dentro e fora da Igreja, sem distinção de seita, partido ou denominação, têm a obrigação de buscar luz e verdade. A Luz de Cristo é dada como um dom gratuito a todos os homens; ela ilumina todo homem que nasce no mundo; e aqueles que seguem sua inspiração buscam a verdade, adquirem conhecimento e compreensão, e são conduzidos ao evangelho e suas verdades de salvação.
Os membros da Igreja têm uma obrigação ainda maior de compreender tanto as leis da natureza quanto as doutrinas de salvação. Eles têm o dom do Espírito Santo, que é o direito à constante companhia desse membro da Trindade, dependendo da fidelidade. O Espírito Santo é um revelador. “E pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas” (Morôni 10:5). No sentido pleno e final, o único meio perfeito e absoluto de adquirir um conhecimento seguro de qualquer verdade de qualquer campo é receber revelação pessoal do Santo Espírito de Deus. Esse privilégio concedido pelo céu é reservado aos que cumprem os mandamentos e obtêm a companhia do Santo Espírito. Lembremo-nos de que o Espírito não habita em tabernáculos impuros.
2. EXAMINEM AS ESCRITURAS. 

As respostas para quase todas as importantes perguntas doutrinárias encontram-se nas obras-padrão e nos sermões e escritos do Profeta Joseph Smith. Se não forem encontradas nessas fontes, elas provavelmente não são essenciais à salvação e podem estar bem além de nossa capacidade espiritual de compreensão. Novas revelações serão dadas quando acreditarmos nas verdades que já recebemos, quando as compreendermos e vivermos em harmonia com elas.
O modo de se alcançar um alto nível de conhecimento sobre o evangelho é, primeiro, estudar o Livro de Mórmon e ponderar e orar a respeito dele, e então fazer o mesmo com as outras escrituras. O Livro de Mórmon contém aquela parte da palavra do Senhor que Ele deu ao mundo para preparar o caminho para uma compreensão da Bíblia e de outras revelações que hoje temos conosco. Fomos ordenados a examinar as escrituras, todas elas; entesourar a palavra do Senhor, para não sermos enganados; beber profundamente da fonte das santas escrituras, para que nossa sede de conhecimento seja saciada.
Paulo disse que as escrituras são capazes de tornar-nos “sábio[s] para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (II Timóteo 3:15). Elas nos conduzem à verdadeira Igreja e aos representantes legítimos que Deus designou para administrar Seu trabalho na Terra. É muito melhor obtermos nossas respostas a partir das escrituras do que de algo que alguém disse sobre elas. É verdade que freqüentemente precisamos de um intérprete inspirado para ajudar- nos a compreender o que os apóstolos e profetas escreveram para nós nas obras-padrão. Mas também é verdade que muitas explicações dadas por muitas pessoas, em relação ao significado de passagens das escrituras, não são exatamente verdadeiras nem edificantes.
Estaremos em uma situação muito melhor se pudermos beber diretamente da fonte das escrituras, sem que as águas sejam poluídas por outros, cujos pontos de vista não sejam tão grandiosos como os dos autores proféticos que escreveram as passagens encontradas no cânone aceito de santas escrituras. Não estou rejeitando os bons comentários sobre as escrituras; sei de seu valor e sou grato por elas, e eu mesmo escrevi alguns livros assim. Estou simplesmente dizendo que as pessoas que tiverem a capacidade de fazê-lo estariam em situação bem melhor para escreverem seus próprios comentários. Há algo sagrado, solene e salvador em relação ao estudo das escrituras propriamente ditas. Devemos disciplinar-nos nesse sentido.
3. AS DOUTRINAS VERDADEIRAS ESTÃO EM HARMONIA COM AS OBRAS-PADRÃO.
As obras-padrão são escrituras. Elas têm muito valor entre nós. Elas são a mente, a vontade e a voz do Senhor. Ele nunca revelou, não revela agora nem nunca revelará qualquer coisa contrária ao que está escrito nelas. Ninguém que esteja falando pelo espírito de inspiração ensinará uma doutrina que não esteja em harmonia com as verdades que Deus já revelou.
Estas palavras do Presidente Joseph Fielding Smith devem guiar-nos a nosso estudo do evangelho. “Não importa o que está escrito ou o que alguém já disse; se o que foi dito entra em conflito com o revelado pelo Senhor, podemos pô-lo de lado. Se minhas palavras ou os ensinamentos de qualquer membro da Igreja, seja quem for, não concordarem com as revelações, não precisamos aceitá-las. 
Deixemos isto claro. Aceitamos as quatro obras-padrão como medida ou balança pela qual aferimos a doutrina de todo homem.
Só podeis aceitar os livros escritos pelas autoridades da Igreja como padrões doutrinários, quando concordarem com a palavra revelada nas obras-padrão.
Todo homem que escreve é responsável pelo que produz, não a Igreja. Se Joseph Fielding Smith escreve algo discordante das revelações, então todo membro da Igreja tem por dever rejeitá-lo. Se escrever o que está em perfeita harmonia com a palavra revelada do Senhor, então deverá ser aceito” (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols., 1954–1956, vol. 3, pp. 203–204; também citado em Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, p. 609).
4. PROCUREM HARMONIZAR AS DECLARAÇÕES DAS ESCRITURAS COM AS DOS PROFETAS.
Toda verdade, em todo campo, em toda a Terra e em toda a eternidade, está em completa e total harmonia com toda outra verdade. A verdade está sempre em harmonia consigo mesma. A palavra do Senhor é a verdade, e nenhuma escritura contradiz outra, nem qualquer declaração inspirada de qualquer pessoa está em desarmonia com a declaração inspirada de qualquer outra pessoa. Paulo e Tiago não tinham pontos de vista diferentes em relação à fé e às obras, e tudo que Alma disse sobre a ressurreição está de acordo com a seção 76 de Doutrina e Convênios. Quando descobrimos conflitos aparentes, isso significa que ainda não captamos a visão plena dos pontos envolvidos, sejam eles quais forem.
O Senhor espera que busquemos harmonia e concordância nas escrituras e entre as Autoridades Gerais, em vez de procurar aparentes divergências de pontos de vista. As pessoas que têm fé e compreensão sempre procuram harmonizar em um perfeito todo todas as declarações das escrituras e todos os pronunciamentos das Autoridades Gerais. A infeliz tendência de certas pessoas de pegarem esta ou aquela informação e concluírem que ela está em discordância com o que outra pessoa disse não é de Deus. 
Ao longo dos anos, recebi milhares de cartas que diziam: “Fulano disse uma coisa, mas Sicrano disse o contrário — quem está certo?” O que descobri por experiência própria é que na maioria dos casos — ou melhor, em quase todos os casos — a aparente divergência pode ser harmonizada, e quando isso não acontece, não tem grande importância, de qualquer forma. O Espírito do Senhor conduz à harmonia, união e concordância. O espírito do diabo incita à divisão, discussão, contenda e desunião.
5. TODAS AS DECLARAÇÕES PROFÉTICAS SÃO VERDADEIRAS?
É claro que sim! Esse é o sistema de ensino do Senhor.
Tudo que Seus servos dizem quando inspirados pelo Espírito Santo é escritura, e Seu mandamento a Seus ministros é: “O Espírito ser-vos-á dado pela oração da fé; e se não receberdes o Espírito, não ensinareis” (D&C 42:14).
Mas nem toda palavra que um homem que é profeta diz é uma declaração profética. Joseph Smith ensinou que um profeta nem sempre é profeta, somente quando age como tal. Os homens que vestem o manto profético ainda são homens; eles têm seu próprio ponto de vista; sua compreensão das verdades do evangelho depende de seu estudo e inspiração.
Alguns profetas — digo isso com muito respeito — sabem mais e têm maior inspiração do que outros. Portanto, se Brigham Young, que foi um dos maiores profetas, disse algo a respeito de Adão que não está em harmonia com o que está no Livro de Mórmon e na seção 78, são as escrituras que prevalecem. Esse é um dos motivos por que chamamos nossas escrituras de obras-padrão. Elas são o padrão para julgarmos e avaliarmos todas as doutrinas e pontos de vista, e não faz diferença alguma de quem são os pontos de vista envolvidos. As escrituras sempre têm precedência.
6. DEIXEM OS MISTÉRIOS DE LADO E EVITEM MANIAS NO EVANGELHO.
Em nosso atual estado de progresso espiritual não entendemos nem podemos entender todas as coisas. Não temos a parte selada do Livro de Mórmon porque não estamos preparados para compreender e viver as verdades ali encontradas. Algumas coisas contidas nas escrituras estão ocultas da visão plena por meio de parábolas, imagens e metáforas. Somos obrigados a compreender as doutrinas básicas que conduzem à vida eterna; além desse ponto, nosso conhecimento acerca dos mistérios depende do nível de nosso esclarecimento espiritual. É insensato nadar em águas demasiadamente profundas. Em minha experiência, as pessoas que se deixam envolver em contendas inúteis sobre o significado de passagens profundas e ocultas de escritura são geralmente as que não possuem uma compreensão sensata e básica das verdades simples e fundamentais de salvação.
Também em minha experiência, as pessoas que adotam manias em relação ao evangelho, que tentam se qualificar como especialistas em determinado campo específico, que procuram fazer com que todo o plano de salvação gire em torno de um determinado campo de seu interesse — em minha experiência, essas pessoas de modo geral são espiritualmente imaturas e instáveis. Isso inclui aquelas que se dedicam — como se isso fosse uma designação divina — a explicar os sinais dos tempos; ou a divulgar a Segunda Vinda; ou a interpretar de modo particular a Palavra de Sabedoria; ou enfatizar de modo distorcido o trabalho no templo ou qualquer outra doutrina ou prática Os judeus da época de Jesus se tornaram extremistas e minuciosos em relação ao cumprimento do Dia do Senhor, e isso distorceu completamente sua adoração. Bem faríamos em ter uma abordagem sadia e equilibrada do evangelho como um todo e de todas as suas doutrinas.
7. NÃO SE PREOCUPEM DEMAIS COM ASSUNTOS DE POUCA IMPORTÂNCIA.
Existe tanto a se aprender sobre as grandes verdades eternas que moldam nosso destino, que me parece um desperdício dedicarmos toda a nossa atenção a minúcias insignificantes. Freqüentemente ouço perguntas como esta: “Sei que não é essencial à minha salvação, mas gostaria realmente de saber quantos anjos conseguem dançar na cabeça de um alfinete e se faz alguma diferença se o alfinete é feito de latão ou de bronze.” Algumas pessoas ficam tão obcecadas com minúcias no grande quadro que representa o plano inteiro de salvação que perdem a noção do significado da vida, da luz e da glória da recompensa eterna. Existe o que podemos chamar de conhecimento praticamente inútil, cuja aquisição não faz um pingo de diferença no destino do reino ou da salvação de seus súditos.
8. SE PRECISO, ABSTENHAM-SE DE DAR UM PARECER EM RELAÇÃO A PERGUNTAS DIFÍCEIS.
Para aqueles que possuem uma visão plena e um completo entendimento, não existem perguntas difíceis. Depois que um mistério tiver sido solucionado, ele deixa de ser mistério. Mas há questões que parecem convidar a exploração intelectual de áreas desconhecidas, ou que parecem enredar em contendas infindáveis as pessoas que possuem um conhecimento espiritual não muito desenvolvido.
Se não puder acreditar em todas as doutrinas do evangelho, evite manifestar-se em relação aos assuntos duvidosos. Não se comprometa defendendo um ponto de vista que seja contrário ao dos profetas e apóstolos que presidem o reino. Estude, ore e trabalhe na Igreja, e aguarde mais luz e conhecimento.
Se tiver problemas em relação à assim chamada evolução e não tiver aprendido que Adão foi tanto o primeiro homem quanto a primeira carne mortal, e que não havia morte para nenhuma forma de vida até depois da queda — abstenha-se de emitir um parecer sobre essa questão e não se coloque em posição contrária às escrituras.
Se você acha que Deus está progredindo e adquirindo mais conhecimento e verdade, e que Ele não é realmente onipotente, onisciente e onipresente, como Joseph Smith ensinou — abstenha-se de comentar o assunto. Permaneça calado. Não se coloque em posição contrária à palavra revelada.
Se achar que existe progresso de um reino de glória para o outro depois da ressurreição; ou que as pessoas que rejeitaram o evangelho nesta vida terão uma segunda chance de alcançar a salvação no mundo vindouro; ou que os casais que se casaram no templo podem cometer todo tipo de pecado e ainda assim alcançar a salvação; ou qualquer de uma infinidade de heresias comuns do momento — abstenha-se de emitir um parecer a esse respeito. Não se comprometa a defender uma causa falsa. Estude outra coisa e aguarde o dia em que estiver preparado para receber mais luz a respeito do assunto que o incomoda.
9. IGNOREM, SE PUDEREM, A COLEÇÃO INTERMINÁVEL DE LIVROS ANTIMÓRMONS E EVITEM AS SEITAS COMO SE FOSSEM UMA PRAGA.
A conversão não nasce da contenda. Aquele que tem o espírito de contenda não é de Deus. Nosso encargo divino é declarar as boas-novas ao mundo, e não brigar com as pessoas sobre o significado dos textos. Existem, evidentemente, respostas para todas as falsas alegações daqueles que nos atacam — não creio que o diabo tenha tido idéias novas nos últimos cem anos — mas a conversão não é gerada pelo debate acalorado. A conversão vem aos que lêem o Livro de Mórmon da forma que Morôni aconselhou.
A maioria dos membros da Igreja estaria em melhor situação se simplesmente ignorasse as alegações falsas dos antimórmons profissionais.
Se as falsas alegações sobre a salvação apenas pela graça, ou qualquer coisa que os livros antimórmons proclamam o deixarem perturbados, procure as respostas. Elas estão nas escrituras. Todo aquele que não conseguir aprender na Bíblia que a salvação não vem simplesmente por professar crença no Senhor com os lábios, sem levar em consideração todos os outros termos e condições do plano de salvação, não merece ser salvo.
E quanto às seitas, elas são o portão do inferno. Os membros da Igreja que adotam a prática sectária do casamento plural, por exemplo, são adúlteros, e os adúlteros serão condenados. A abordagem comum daqueles que fazem propaganda dessa prática é combater as palavras dos profetas vivos com aquelas proferidas por profetas já falecidos.
Todo aquele que segue um profeta morto em vez de um profeta vivo irá segui-lo para a morte e não para a vida. Repito, existem respostas a todos os pontos de vista falsos dos sectários, e aqueles que tiverem sido enganados por essas falsidades forjadas devem procurar a verdade, caso contrário se arriscam a perder sua salvação. É mais seguro e sábio não se envolver com esses assuntos desde o princípio.
10. NÃO EXISTEM DOUTRINAS SECRETAS.
Todas as doutrinas e práticas da Igreja são ensinadas publicamente. Não existem doutrinas secretas, não existem práticas ocultas, nenhuma conduta aprovada apenas para alguns. As bênçãos do evangelho são para todos.
Não se deixe enganar acreditando que as Autoridades Gerais crêem em doutrinas secretas ou adotam práticas secretas na vida. Tudo que é ensinado e praticado na Igreja está aberto ao público para ser investigado, ou pelo menos, no tocante às ordenanças do templo, para ser investigado e conhecido por todos que se qualificarem por sua dignidade pessoal a entrar na casa do Senhor.
11. MANTENHAM A MENTE ABERTA.
As doutrinas são do Senhor. Ele as estabeleceu; Ele as revela; Ele espera que as aceitemos. Freqüentemente aqueles que fazem perguntas estão mais interessados em sustentar uma postura preconcebida do que em aprender os fatos. Nossa preocupação deve ser a de encontrar a verdade e apegar-nos a ela. Não importa qual seja a doutrina, devemos preocupar-nos apenas em conhecê-la. O fato de adotarmos uma falsa doutrina e a defendermos não a torna verdadeira. Devemos preocupar-nos em adquirir um conhecimento da verdade, e não provar um ponto de vista com o qual nos comprometemos insensatamente.
12. A RESPONSABILIDADE DE ESTUDAR É INDIVIDUAL.
Chegamos agora à conclusão de toda esta questão, uma conclusão que terá grande importância para a nossa salvação eterna. A conclusão é que cada pessoa precisa aprender as doutrinas do evangelho por si mesma. Ninguém pode fazer isso por ela. Cada pessoa está sozinha, no tocante ao conhecimento do evangelho; cada uma tem acesso às mesmas escrituras e tem direito de receber orientação do mesmo Santo Espírito; cada uma precisa pagar o preço estabelecido pela Providência Divina, se quiser adquirir a pérola de grande valor.
O mesmo princípio se aplica ao aprendizado da verdade e ao cumprimento dos padrões. Ninguém pode arrepender-se em lugar de outra pessoa, ninguém pode cumprir os mandamentos em lugar da outra, ninguém pode ser salvo em nome de outra pessoa. E ninguém pode adquirir um testemunho ou perseverar em luz e verdade para a glória eterna por outra pessoa, a não ser por si mesmo. Tanto o conhecimento da verdade quanto as bênçãos recebidas pelos que vivem de acordo com os princípios verdadeiros são questões pessoais. E assim como um Deus justo oferece a mesma salvação a toda alma que cumpre as mesmas leis, Ele também oferece a mesma compreensão de Suas verdades eternas a todos os que pagarem o preço em sua busca da verdade.
O sistema da Igreja para se adquirir conhecimento do evangelho é o seguinte:
a. Cada pessoa tem a responsabilidade de adquirir um conhecimento da verdade por esforço próprio.
b. Em seguida, a família deve ensinar seus próprios familiares. Os pais receberam o mandamento de criarem seus filhos em luz e verdade. O lar deve ser o principal centro de ensino na vida de um santo dos últimos dias.
c. Para ajudar as famílias e os indivíduos, a Igreja, como agência de serviço, oferece muitas oportunidades de ensino e aprendizado. Fomos ordenados a “[ensinar] a doutrina do reino uns aos outros” (D&C 88:77). Isso é feito nas reuniões sacramentais, nas conferências e outras reuniões, pelos mestres familiares, nas aulas do sacerdócio e auxiliares, por meio de seminários e institutos, e em todo o sistema educacional da Igreja.
As oportunidades de aprendizado são ilimitadas. Perguntas adequadas podem ser discutidas em qualquer uma das classes e escolas criadas para esse fim.
Uma palavra final me parece adequada. Existem poucas alegrias na vida que se comparam à de conhecer a verdade. As pessoas fiéis se regozijam imensamente quando adquirem um testemunho! Um sentimento de êxtase e paz enche o coração de um aluno do evangelho toda vez que uma nova verdade lhe é manifestada! Toda vez que sua visão é ampliada para captar o entendimento pleno de uma passagem profética! Toda vez que sua alma aprende e sente a importância do que as revelações dizem a respeito de algum princípio grandioso!
Tudo o que escrevi foi no intuito de ser útil; de incentivar o conhecimento do evangelho; e de guiar aqueles que buscam a verdade a seguirem um caminho sábio e adequado.
É minha oração que todos nós aprendamos e vivamos o evangelho e alcancemos uma herança final no reino eterno Daquele a quem servimos.
Desejo-lhes tudo de bom e oro para que o Senhor sempre os abençoe,
Sinceramente, seu irmão,
[assinatura]
Bruce R. McConkie

FONTE: http://institute.lds.org/content/languages/portuguese/Institute%20of%20Religion%20Materials/Teacher%20Resources/Religion%20370,%20471,%20475%20-%20Teaching%20Seminary%20Preservice%20Readings~por.pdf

quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Bata de Leve”: Controlando o Comportamento dos Alunos na Sala de Aula

domingo, 10 de julho de 2011

Gestão Eficaz do Tempo na Sala de Aula