PRESIDENTE EZRA TAFT BENSON PRESIDENTE DA IGREJA
(Conference Report, abril de 1986, p. 3; ou Ensign, maio de 1986, pp. 4-6.)
Meus amados irmãos e irmãs, ao darmos início a mais outra conferência geral da Igreja, conto com sua fé e orações para que minhas palavras possam abençoá-los e edificar-lhes a alma. Reconheço que dependo do Senhor, e também sei que Jesus Cristo está à testa desta Igreja e que, por meio Dele, podemos fazer tudo o que for necessário.
DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E SERVIÇO
Cumprimento todos vocês que estão aqui nesta manhã, bem como aqueles que acompanham a transmissão desta reunião e os que tiverem a oportunidade de ouvir ou ler as mensagens desta conferência mais tarde.
Nosso coração transborda de imensa gratidão por todos vocês que contribuem para a edificação do reino de Deus na Terra. O Senhor sem dúvida Se agrada do tempo e amor consagrados e do generoso apoio de tantos de Seus santos no mundo inteiro.
Sua dedicação, devoção e serviço são um sinal de que a fé está realmente aumentando na Terra. Raramente os esforços de tão poucos resultaram em bênçãos para tantos!
GUARDA, QUE HOUVE DE NOITE?
Ao buscar a orientação do Senhor, confirmou-se em meu pensamento e coração o mandamento do Senhor de “não [pregar] coisa alguma a esta geração, a não ser arrependimento” (D&C 6:9; 11:9) Esse tem sido o tema de todo profeta moderno, juntamente com seu testemunho de que Jesus é o Cristo e que Joseph Smith é um profeta de Deus.
O arrependimento foi a grande mensagem de nosso último e grande profeta, Spencer W. Kimball. Esse tema permeava seus discursos e escritos, como seu maravilhoso livro O Milagre do Perdão. E deve continuar sendo nossa mensagem de hoje, tanto para os membros como para os não-membros: arrependam-se.
Guarda, que houve de noite? Precisamos responder dizendo que nem tudo vai bem em Sião. Conforme recomendava o capitão Morôni, precisamos limpar o vaso interior (ver Alma 60:23), começando por nós mesmos, depois nossa família, e finalmente a Igreja.
UM POVO MUDADO!
Um profeta de Deus declarou: “Tirareis os maus, à medida que os bons forem crescendo (...) até que os bons sobrepujem os maus” (Jacó 5:66). É preciso um povo de Sião para produzir uma sociedade de Sião, e precisamos preparar-nos para isso.
Nos últimos anos, foram tomadas várias providências na Igreja para ajudar-nos. Publicaram-se novas edições
das escrituras. Estamos tirando proveito delas? Mais templos foram construídos mais perto das pessoas.
Estamos freqüentando mais amiúde a casa do Senhor?
Estabelecemos o sistema de reuniões combinadas.
EDUCAÇÃO DOS JOVENS LIMPAR O VASO INTERIOR
Estamos aproveitando o tempo livre resultante com
nossa família? Providenciamos um novo manual para a noite familiar. Ele está sendo usado? Acabamos de publicar um novo hinário. Estamos entoando mais cantos do coração? (ver D&C 25:12). E a lista vai por aí afora. Temos recebido muita ajuda. Não precisamos mudar programas, precisamos de pessoas mudadas!
Recordamos as muitas maravilhosas palavras de conselho de nosso querido Presidente Kimball, entre as quais estava o incentivo de “alargar nosso passo”. Precisamos dessa orientação, porque o Livro de Mórmon nos adverte das táticas do adversário nos últimos dias: “E a outros pacificará e acalentará com segurança carnal, de modo que dirão: Tudo vai bem em Sião; sim, Sião prospera. Tudo vai bem — e assim o diabo engana suas almas e os conduz cuidadosamente ao inferno” (2 Néfi 28:21).
Há muitas passagens de alerta no Livro de Mórmon, como esta: “Oh! Quisera que acordásseis; que acordásseis de um profundo sono, sim, do sono do inferno. (...) Despertai, (...)
[e] cingi a armadura da retidão. Sacudi as correntes com que estais amarrados e saí da obscuridade e levantai-vos do pó” (2 Néfi 1:13, 23). Parece que, como povo, conseguimos sobreviver melhor e mais facilmente à perseguição do que suportar a paz e prosperidade.
IMORALIDADE SEXUAL
O maldito pecado desta geração é a imoralidade sexual.
Essa, dizia o Profeta Joseph Smith, seria a pior de todas as fontes de tentações, provação e dificuldades para os élderes de Israel (ver Journal of Discourses, vol. 8, p. 55).
O Presidente Joseph F. Smith disse que a impureza sexual seria um dos três perigos internos da Igreja, e isso realmente é verdade (ver Gospel Doctrine, pp. 312–313). Ela infesta a nossa sociedade.
Na classificação dos pecados, o Livro de Mórmon coloca a falta de castidade logo abaixo do assassinato (ver Alma 39:5). Alma declarou: “Agora (...) eu quisera que te arrependesses e abandonasses teus pecados e que não mais sucumbisses à concupiscência dos teus olhos; (...) pois, a não ser que assim procedas, de nenhum modo herdarás o reino de Deus” (Alma 39:9). Se quisermos limpar o vaso interior, precisamos abandonar a imoralidade e ser puros.
LER MAIS O LIVRO DE MÓRMON
O Senhor declarou na seção 84 de Doutrina e Convênios que, a menos que leiamos o Livro de Mórmon e acatemos seus ensinamentos, a Igreja inteira estará sob condenação: “E essa condenação encontra-se sobre os filhos de Sião, sim, sobre todos” (D&C 84:56). O Senhor prossegue, dizendo: “E eles permanecerão sob essa condenação até que se arrependam e se lembrem do novo convênio, sim, o Livro de Mórmon e os mandamentos anteriores que lhes dei, não somente por palavras, mas agindo de acordo com o que escrevi” (D&C 84:57).
Não somente precisamos falar mais do Livro de Mórmon, como precisamos aproveitá-lo melhor. Por quê? O Senhor responde: “Para que produzam frutos dignos do reino de seu Pai; caso contrário, há um flagelo e julgamento a derramar-se sobre os filhos de Sião” (D&C 84:58). Nós temos sentido esse flagelo e julgamento!
O Profeta Joseph Smith disse que “o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro” (Livro de Mórmon, Introdução). O Livro de Mórmon não tem sido e ainda não é o ponto central de nosso estudo pessoal, nosso ensino no lar, nossa pregação e trabalho missionário. Disso precisamos arrepender-nos.
DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE ROMNEY SOBRE A LEITURA DO LIVRO DE MÓRMON
Não conheço um só homem vivo atualmente que seja mais fiel ao Livro de Mórmon do que o Presidente Marion G. Romney. Num discurso de conferência geral, ele declarou que o Livro de Mórmon “é a nossa publicação missionária mais eficaz”. Citou Doutrina e Convênios, que declara que “o Livro de Mórmon e as santas escrituras são dadas por mim para vossa instrução” (D&C 33:16) e que “os élderes, sacerdotes e mestres desta igreja ensinarão os princípios de meu evangelho que estão na Bíblia e no Livro de Mórmon” (D&C 42:12). O Presidente Romney acrescentou: “É naturalmente óbvio que, a menos que leiamos, estudemos e aprendamos os princípios encontrados no Livro de Mórmon, nós, élderes, sacerdotes e mestres desta igreja não podemos cumprir esse encargo de ensiná-los.
Mas existe outra razão para o lermos”, prosseguiu o Presidente Romney. “Fazendo isso, encheremos e refrescaremos nossa mente com um fluxo constante da ‘água’ que, segundo disse Jesus, será em nós ‘uma fonte de água que salte para a vida eterna’ (João 4:14). Se quisermos resistir ao mal e conservar a bênção de termos nascido de novo, precisamos de um suprimento contínuo dessa água. (...)
Para evitar a adoção dos males do mundo, precisamos seguir o rumo que diariamente nutra nossa mente e a leve de volta às coisas do Espírito. Não conheço modo melhor para isso do que ler o Livro de Mórmon. (...)”
E então ele concluiu, dizendo: “E assim, eu os aconselho, meus amados irmãos, irmãs e amigos de toda parte, a adquirirem o hábito de ler o Livro de Mórmon diariamente, por alguns minutos, por toda a sua vida. . . .
Estou certo de que se os pais lerem em casa o Livro de Mórmon regularmente, em espírito de oração, tanto para si mesmos como com os filhos, o espírito desse grande livro acabará permeando nossos lares, bem como todos os que neles habitam. O espírito de reverência se intensificará; a consideração e o respeito mútuos aumentarão. O espírito de contenda se afastará. Os pais aconselharão os filhos com mais amor e sabedoria. Os filhos se mostrarão mais receptivos e obedientes aos conselhos dos pais. A retidão aumentará. Fé, esperança e caridade — o puro amor de Cristo — abundarão em nosso lar e nossa vida, proporcionando paz, alegria e felicidade” (Conference Report, abril de 1960, pp. 110–113).
ORGULHO
Gostaria de abordar agora um assunto muito sério que merece ser discutido com mais profundidade do que o tempo permite: o orgulho.
Nas escrituras, não existe menção a orgulho justo. Ele é sempre considerado pecaminoso. Não estamos falando do sadio sentimento de valor próprio, que se desenvolve melhor quando nos achegamos a Deus. Referimo-nos ao orgulho, que alguém chamou de o pecado universal.
Mórmon escreveu que “o orgulho desta nação, ou seja, do povo nefita, mostrou ser a sua destruição” (Morôni 8:27).
O Senhor disse em Doutrina e Convênios: “Precavei-vos contra o orgulho, para que não vos torneis como os nefitas de outrora” (D&C 38:39).
“HUMILHAI-VOS DIANTE DE DEUS”
Basicamente, o orgulho é um estilo de vida mais voltado à “minha vontade” do que à “Tua vontade”. O oposto do orgulho é humildade, mansidão, submissão (ver Alma 13:28), ou seja, a capacidade de sermos ensinados.
Nos primórdios da igreja restaurada, o Senhor admoestou dois de seus membros eminentes por causa do orgulho.
Para Oliver Cowdery, Ele disse: “Acautela-te (...) contra o orgulho, para que não caias em tentação” (D&C 23:1).
Para Emma Smith, Ele disse: “Continua em espírito de mansidão, acautelando-se contra o orgulho” (D&C 25:14).
“Que não haja orgulho em teu coração”, adverte-nos o Senhor (D&C 42:40). “[Humilhai-vos] diante de Deus”, diz o Livro de Mórmon (Mosias 4:10).
Quando a Terra for purificada pelo fogo nos últimos dias, os orgulhosos serão como restolho (ver 3 Néfi 25:1; D&C 29:9; 64:24).
O grande e espaçoso edifício que Leí viu era o orgulho do mundo, no qual estavam reunidas as multidões da Terra (ver 1 Néfi 11:35–36). Aqueles que seguiam o caminho reto e estreito, apegando-se à palavra de Deus e participando de Seu amor, eram escarnecidos e ridicularizados pelos que estavam nesse edifício (ver 1 Néfi 8:20, 27, 33; 11:25).
“Os humildes seguidores de Cristo” são poucos (2 Néfi 28:14).
NÃO SE FAÇA A MINHA VONTADE, MAS A TUA
O orgulho não atenta para Deus e não se importa com o que é certo. Olha de lado para os homens e discute quem está certo. O orgulho se manifesta no espírito de contenda.
Não foi por orgulho que o diabo se tornou diabo? Cristo queria servir. O diabo queria dominar. Cristo queria levar os homens para onde Ele estava. O diabo queria estar acima dos homens.
Cristo eliminou o ego com a força de Sua vida perfeita. Dizia: Faça-se a Tua vontade, não a Minha.
O orgulho caracteriza-se por “O que quero da vida?” em vez de “O que Deus quer que eu faça da minha vida?” É a vontade pessoal que se opõe à vontade de Deus. É o temor do homem acima do temor de Deus.
A humildade atende à vontade de Deus, ao temor de Seu juízo e às necessidades de nossos semelhantes. O aplauso do mundo agrada o ouvido do orgulhoso; para o humilde, o aplauso dos céus aquece o coração.
Disse alguém: “O orgulho não se compraz em ter alguma coisa, apenas em ter dela mais do que o próximo”. O Senhor disse a respeito de um certo irmão: “Eu, o Senhor, não estou satisfeito com ele, pois procura sobressair-se e não é suficientemente humilde perante mim” (D&C 58:41).
“OS INSTRUÍDOS E OS RICOS”
Os dois grupos do Livro de Mórmon que aparentemente têm mais problemas com o orgulho são “os instruídos e os ricos” (2 Néfi 28:15). Mas a palavra de Deus consegue abater o orgulho (ver Alma 4:19).
O orgulho é acompanhado de muitas maldições. A humildade traz numerosas bênçãos. Por exemplo: “Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações” (D&C 112:10). Os humildes serão “fortalecidos e abençoados do alto e [receberão] conhecimento” (D&C 1:28). O Senhor é “misericordioso para com aqueles que confessam seus pecados com o coração humilde” (D&C 61:2). A humildade consegue afastar a ira de Deus (ver Helamã 11:11).
É PRECISO LIMPAR O VASO INTERIOR
Meus amados irmãos e irmãs, ao limparmos o vaso interior, haverá mudanças em nossa própria vida, na de nossos familiares e na Igreja. Os orgulhosos não mudam para mellhor, mas defendem sua posição, racionalizando-a. Arrependimento significa mudança, e para mudar é preciso que a pessoa seja humilde. Mas nós podemos mudar.
Fizemos progressos maravilhosos no passado. Alargaremos nossos passos no futuro. Para isso, precisamos primeiro limpar o vaso interior, despertando e erguendo-nos, sendo moralmente puros, usando o Livro de Mórmon de maneira que o Senhor retire a condenação, e, por fim, vencendo o orgulho, humilhando-nos.
Podemos fazê-lo. Sei que podemos. Que o façamos é minha oração por todos nós. Deus os abençoe por todo o bem que têm feito e irão fazer. Deixo minhas bênçãos com todos vocês e o faço em nome do Senhor Jesus
Cristo. Amém.
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